domingo, 26 de agosto de 2012

Quero.

Eu respiro. Consumo meu cotidiano.
Cada pedaço do meu habitát se tornou clichê.
Tudo se converteu em um filme enjoativo que sou obrigada a assistir.
Várias vezes, respectivamente.
O que quebra a rotina?
Quero sair, quero viver. Não apenas existir.
Quero me tatuar, me furar, me modificar.
Quero ter medo, quero expressar algum sentimento.
Raiva, angústia, ódio, amor, paixão, êxtase.
Qualquer sensação.
O que quer que seja pra me fazer sentir viva.
Quero conhecer novas personalidades, gente peculiar.
Explodo-me.
Acima de tudo, quero amar.
Quero amar e que haja reciprocidade.
Viver como nunca vivi.
Quero sair de mim.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Colecionador

Preciso fazer uma auto-lavagem mental.
Ás vezes me pergunto se não sou a mais insaturada das tuas coleções.
Se não sou mais uma capa velha de vinil empoeirada.
Se faço diferença na tua gaveta, no meio das tuas bagunças, dos teus arquivos.
Se sou uma página lida na pressa, uma roupa mal passada, uma fechadura mal trancada.
Será que me faço notar no meio de tanto?
Se sou insolúvel, então por quê continuas me tirando da gaveta, da bagunça, do arquivo?
Uma complexidade que você não vê.
Um livro que não tens sequer vontade de abrir.
Então porquê o mantém na prateleira?
Seria eu apenas mais uma fonte de prazer pessoal?
Suas coleções servem somente para satisfazer-te o ego?
Seria eu apenas mais um arquivo... Mais uma caixa de felicidade momentâna?
Preciso fazer uma auto-lavagem mental.

Saber se quero mesmo ser parte desta coleção.